segunda-feira, abril 23, 2012

Experiências em Saúde Mental em SBC são apresentadas em audioconferência com a Itália

 
 
Devido à experiência bem-sucedida na implantação da rede de atenção à saúde mental, a Prefeitura de São Bernardo do Campo foi uma das convidadas a participar, nesta sexta-feira (20), de uma audioconferência com gestores e profissionais de saúde de Trieste, na Itália. Transmitida diretamente da Secretaria de Saúde para a cidade italiana via internet, durante a jornada Medicação e Saúde Mental: Diferença de Gênero e Atenção Básica, a audioconferência reuniu a secretária-adjunta, a psiquiatra e coordenadora de Saúde Mental do município, e a professora de terapia ocupacional da Universidade de São Paulo (USP), Fernanda Nicacio.

O trabalho do grupo de agentes comunitárias de saúde que atuam com mulheres em situação de vulnerabilidade psicossocial foi um dos principais destaques. Segundo a coordenadora de Saúde Mental, ao descentralizar o atendimento para dez Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por meio das equipes de agentes comunitários e Saúde da Família, o município vem conseguindo identificar questões não apenas da psiquiatria, mas também de gênero, o que facilita o atendimento dessa parcela da população.

"Ao serem atendidas por uma agente de saúde em sua casa, essas mulheres ficam mais à vontade para dialogar e expor seus problemas, não necessariamente apenas na área da saúde. Além de ajudá-las a entender melhor seu papel na sociedade e seus direitos de cidadãs, as agentes as encaminham para os diversos serviços da Administração", afirmou.

Para a secretária-adjunta de Saúde, o convite para fazer parte da audioconferência também foi oportuno para o município expor as ações realizadas, que têm como proposta produzir autonomia e ressocialização dos usuários dos serviços de saúde mental, baseada no tripé "tratamento, moradia e geração de renda". O modelo adotado por São Bernardo do Campo, que privilegia o atendimento ambulatorial e o fim das internações em hospitais psiquiátricos, preconizado pelo Ministério da Saúde, vem inclusive chamando a atenção de vários municípios brasileiros.

Descentralização – Com a proposta de facilitar o acesso dos usuários, em 2010 os ambulatórios de saúde mental foram descentralizados para dez unidades que funcionam como referência nos territórios que abrangem as 32 UBSs da cidade. Essas unidades contam com psicólogo, psiquiatra e farmácia com medicamentos psicotrópicos, além das equipes de agentes comunitárias – pessoas da própria comunidade, capacitadas para fazer visitas às famílias e dar orientação nas questões de saúde.

Para a execução dessa tarefa, são desenvolvidos projetos terapêuticos individualizados e a articulação em rede intersetorial. A estrutura utilizada para atendimento envolve o Consultório de Rua, Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infantil, Caps III 24 horas, um Caps Álcool e Drogas Adulto e outro Infantojuvenil, quatro residências terapêuticas para ex-pacientes de hospital psiquiátrico, um núcleo de geração de renda e duas repúblicas terapêuticas para adultos e para jovens em uso abusivo de álcool e outras drogas. As unidades básicas de saúde, de pronto-atendimento e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) também integram a rede de cuidado integral à saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por deixar sua opinão.