quarta-feira, maio 16, 2012

Apeoesp/SBC sedia lançamento de livro do professor Dilvanir Gonçalves

Da Redação - No sábado (12), a sede de São Bernardo da Apeoesp sediou o lançamento do livro Os elementos mágicos dos contos de fadas na educação – a importância do contador de história na formação do leitor, do professor Dilvanir José Gonçalves. O livro, editado em primeira edição, acaba de ser contratado pela editora Adonis de Americana e será lançado em 2ª Edição, mantendo o mesmo formato, porém com as revisões necessárias, apenas na parte ortográfica.
O livro é resultado de uma tese de mestrado que o autor defendeu na UNISAL –Americana e traz como cerne de sua discussão a importância que o conto de fadas exerce sobre a criança e de como os elementos mágicos são princípios ativos que agem na cura de conflitos existenciais.

“Todo conto de fadas apresenta elementos mágicos – diz o autor – mas há certos elementos que são exclusivos de um único conto. O sapatinho de cristal só existe no conto de A Bela Adormecida, o espelho mágico é exclusividade de A Branca Neve, o sopro do lobo só aparece em Os Três Porquinhos. Cada conto atua numa área de conflito da criança e ajuda para que ela possa elaborar e resolver seus problemas. É como se, por meio da história, ela percebesse que não está só, que outros seres também passam por problemas semelhantes, mas apesar dos lobos maus, duendes irascíveis e bruxas malvadas tem sempre uma fada madrinha que vem em seu socorro”

O autor explica que há elementos mágicos também em outras histórias de ficção, a diferença é que o elemento mágico das demais histórias pode ser encontrado no mundo real, como por exemplo, a arma que o mocinho usa para fazer justiça é igualzinha às que existem no mercado, porém uma varinha mágica, uma abóbora que vira carruagem, um pássaro de outro só podem ser encontrado no mundo dos contos de fadas.

O referencial teórico pesquisado para elaboração da tese é um referencial de peso: A psicanálise dos contos de fadas, de Bruno Bettelheim, A linguagem esquecida, de Erich Fromm e O Poder do Mito, de Joseph Campbel compõem o painel de discussão sobre o viés psicanalítico da obra e sua relação com a linguagem simbólica, e a relação dos mitos com os contos de fadas; A literatura infantil na escola, de Regina Zilberman foi o referencial para análise sobre a relação da criança com a escola, o ato de aprender e com a literatura em sala de aula; Entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra é uma preciosidade literária de autoria de Carmelina de Toledo Piza, uma das maiores contadoras de histórias do Brasil, esse livro é o referencial através do qual foi trabalhado a parte prática de contar história.

O livro traz uma estrutura tradicional em se tratando de tese: parte do geral – educação, vai para o particular – os contos de fadas na formação da criança, e por fim e chega no específico - o elemento mágico agindo na cura dos conflitos. Até aqui se tem a tese, que é teoria tão somente, para provar que o que foi dito funciona vem o a parte prática – uma atividade exercida em Cubatão com 2.700 crianças de 1ª a 4ª séries por meio de um projeto Contando histórias que estimulam a pensar, coordenada por Carmelina de Toledo Piza. Todo trabalho realizado com base nos princípios que ela defende no livro Entrou por uma porta saiu pela outra, quem quiser que conte outra.

O livro Os elementos mágicos nos contos de fadas – a importância do contador de história na formação do leitor por tratar de assunto ligado a educação, por fazer uma reflexão profunda sobre outras propostas educacionais de autores valorosos, por trazer um olhar diferenciado sobre a educação e sua finalidade torna-se uma obra original que combate a educação como preparo para o mercado e para a destruição da natureza.

“Educar, na concepção de vários autores, é preparar para a vida, para o mercado, para viver em sociedade, para se adaptar à realidade, e assim por diante. Parece loucura que, em meio a essas concepções, tão fortemente arraigadas na sociedade, nós propomos educar para o encontro de si mesmo, para a busca da felicidade interna, para o encontro de respostas para estas perguntas que os humanos insistem em fazer: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?”

Para Dilvanir Gonçalves educar é levar o aluno a encontrar sentido naquilo que aprende: “Essa busca de sentido, tão esvaziada pelas ofertas materiais que prometem prazeres imediatos e que não resolvem as inquietações internas, faz-se cada vez mais necessárias porque vivemos em um mundo em que as pessoas desaprenderam a olhar para o próprio interior e encontrar as respostas para suas angústias.”

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